Criador da Cura Reconectiva vem ao Brasil ensinar técnica
Doutor
em quiropraxia, Eric Pearl é também escritor e criador da cura
reconectiva, manifestação que ocorre quando o indivíduo se permite
reconhecer e sintonizar frequências curativas de luz e energia. Pela
primeira vez no Brasil, ele vai ensinar a técnica de cura. O TEMPO
publica hoje primeira parte de uma entrevista exclusiva e, na próxima
terça, o restante.
ANA ELIZABETH DINIZ
Especial para O TEMPO
Sua história de vida é fascinante. Desde quando esse dom de cura se manifesta?
Há 12 anos. Fui muito feliz como um médico quiroprata e pensei que
assim seria por toda a minha vida. Até que, numa quinta-feira, fui para
casa e, à noite, fui despertado por uma luz muito brilhante. Abri meus
olhos para ver o que era e não era nada de espiritual ou metafísico.
Aparentemente, tratava-se apenas da lâmpada da luminária que havia
acendido sozinha. Ao mesmo tempo, tive a nítida impressão de que alguém
mais estava na minha casa. Me armei com o que tinha à mão: uma faca,
uma lata de spray de pimenta, e o meu cão da raça Doberman. Após 20
minutos de busca por toda a casa, concluí que tudo não passava de
imaginação, e decidi voltar a dormir. Na segunda-feira seguinte, sete
dos meus pacientes insistiam em dizer que haviam sentido a presença de
outras pessoas nas salas de atendimento. A experiência que relatavam
era a mesma que vivi dias antes, e eles não sabiam de nada do que me
havia acontecido comigo.
E o que aconteceu? Em 12 anos de prática, ninguém
havia dito nada remotamente semelhante até então. No mesmo dia, outros
pacientes diziam sentir minhas mãos sem que elas efetivamente os
tivessem tocado. Claro que não acreditei. Pedi que permanecessem
deitados com os olhos fechados enquanto mantinha minhas mãos a diversas
polegadas de distância de seus corpos, mas eles realmente diziam se
sentir tocados nas partes sobre as quais minhas mãos estavam, mesmo que
estivessem a metros de distância. Eram músculos e movimentos tão sutis
que não podiam ser intencionais. Lábios mexiam, as línguas se moviam,
olhos reviravam para frente e para trás. Dedos e pés involuntariamente
se moviam em padrões sincronizados para a direita e a esquerda. Em
pouco tempo, passaram a relatar curas, curas reais.
Como assim? Eles
levantaram-se de cadeiras de rodas, recuperaram movimentos de braços e
pernas, recobravam sentidos como visão e audição. Alguns chegaram a
trazer resultados de exames clínicos laboratoriais que comprovavam o
desaparecimento de tumores. Crianças com paralisia cerebral e epilepsia
foram capazes de andar, correr e falar normalmente, e já não tinham
convulsões, sendo dispensados do uso de remédios. Meus pacientes e seus
médicos ligavam perguntando: o que você fez? "Nada", foi minha
resposta. "E não conte a ninguém!"
Qual foi sua reação? Logo começaram a me pedir para
ensinar este trabalho. E eu me perguntava: "ensinar o quê? A ficar
parado com as mãos no ar parecendo um idiota?". Sugeri que o fizessem e
depois saíssem por aí perguntando aos outros o que achavam disso. No
entanto, mais e mais pacientes me ligavam contando ter experimentado
sensações estranhas em suas mãos quando se aproximavam de familiares
que apresentavam algum problema, e que essas pessoas foram curadas.
Mais tarde a ciência e os pesquisadores reconheceram e confirmaram,
quando você interage com essa abrangente frequência de cura, algo muda
dentro de você, e lhe permite o acesso não só à sua própria cura, mas à
de outros. A ciência chama esse processo de cura reconectiva.
Ocorre a cura dos sintomas físicos? A cura reconectiva
não é a cura dos sintomas, pois transcende completamente as técnicas
tradicionais de cura energética. Ela traz a pessoa para um pleno estado
de equilíbrio. Não é uma terapia nem um tratamento, uma vez que não se
dirige a meros sintomas. É algo muito, muito mais profundo e abrangente.
Como se dá esse processo?
A verdadeira cura é o equilíbrio. Quando tentamos concentrar na
eliminação de um sintoma, estamos nos restringindo a solucionar apenas
o problema - o físico, o mental, o emocional. Mas, na cura reconectiva,
aprendemos que quanto menos soubermos a respeito dos motivos que
levaram a pessoa a nos procurar, melhor, porque isso evita que nos
limitemos à ação das frequências de cura, àquilo que acreditamos ser ou
não possível e procurando direcioná-las para o problema relatado. A
cura reconectiva verdadeiramente tende a alcançar resultados mais
efetivos do que as técnicas de cura energética, porque os seus
facilitadores simplesmente não dão atenção aos supostos problemas ou
sintomas. Em vez disso, eles apenas permitem que a ação de picos de
luz, energia e informação, levem qualquer desequilíbrio a vibrar fora
do quadro e a conduzir a pessoa de volta ao seu estado natural de saúde
perfeita.
Como você se sente em relação às curas? Fico sempre em
um estado de respeito, de esperança, sem expectativas. Tenho dedicado
minha vida a difundir e ensinar esse trabalho para o maior número
possível de seres humanos sobre a Terra.
O senhor é um canalizador, um instrumento da energia de cura divina? Eu me considero a porta pela qual esse dom veio. Eu não sou a dádiva, eu sou apenas a porta.
Considera esse dom uma missão de vida? Quando eu
morrer esse trabalho vai continuar depois que eu deixar o corpo físico.
Então, sim, essa é a minha missão na vida. E eu me perguntei por que eu
que não tenho uma espiritualidade ou personalidade típicas. Eu não sou
tão paciente quanto gostaria de ser; às vezes sou um tanto sarcástico,
gosto de tomar uns drinks e de me divertir. A primeira resposta que
ocorre é que pareço ter a capacidade de falar sobre isso a partir de um
ponto de integridade, honestidade, explicando o que entendo de uma
forma que as pessoas se interessem em me ouvir, baseando-me na verdade
de minha experiência, e assumindo francamente o que não entendo
completamente. Falo para metafísicos ou espiritualistas, para médicos
ou cientistas. Eles não parecem preocupados. De alguma forma, eu
encontrei uma maneira de fazer algo que parecia fora de alcance, de uma
forma tão plausível quanto possível. Comecei a perceber que as coisas
que eu achava que eram meus pontos fracos são realmente parte do dom
perfeitamente desenhado: se esse nível de cura viesse por meio de um
mestre espiritual que vive numa caverna no topo de uma montanha no
Tibete, as pessoas pensariam que teriam que mudar suas vidas para
atingir esses níveis de perfeição, para ser dignas de receber esse
mesmo dom de cura. Ele pôde se manifestar através de mim, com todas as
minhas fragilidades e imperfeições. É bastante fácil apontar para mim e
dizer: "se ele pode fazer isso, então eu certamente posso fazê-lo
também!". Reconhecendo que não há nada que precisamos fazer para nos
tornarmos dignos o suficiente para sermos curadores. Não é preciso
fazer nada para nos tornarmos aquilo que já somos. Só o fato de termos
nascido já nos faz dignos. E nós estamos aqui para aprender a
experimentar compaixão não apenas com os outros, mas conosco, com
nossas próprias fraquezas e falhas. E então, em verdadeira compaixão,
reconhecemos que cada um de nós pode acessar o zênite, o ponto mais
alto, porque estamos em nossa perfeição.
O senhor poderia explicar o processo pelo qual a energia se manifesta através de suas mãos?
Eu realmente não sei como funciona, e quando estamos dispostos a não
saber, de repente, todas as possibilidades e o potencial do mundo se
abrem para nós.